Com uma abordagem multidisciplinar e de longo prazo, o PDBFF tem papel crucial na compreensão dos impactos da fragmentação florestal sobre a biodiversidade e nos processos ecológicos.
Através de estudos detalhados de flora e fauna, temos sido capazes de entender como a fragmentação afeta a distribuição de espécies, a dinâmica populacional e os processos de interação ecológica. Além da diversidade biológica, o PDBFF também tem investigado os processos ecológicos fundamentais que ocorrem nos fragmentos florestais.
As descobertas do PDBFF não apenas contribuíram para o avanço do conhecimento científico, mas também tiveram um impacto direto nas políticas de conservação e na gestão ambiental. Os resultados dos estudos forneceram evidências cruciais para a implementação de áreas protegidas, corredores ecológicos e medidas de restauração de paisagens.
O PDBFF é peça fundamental no quebra-cabeça da conservação ecológica. Sua abordagem abrangente e seus resultados significativos têm ajudado a orientar a pesquisa e a ação em prol da preservação dos ecossistemas florestais em todo o mundo. À medida que enfrentamos desafios cada vez maiores relacionados à perda de habitat e à degradação ambiental, a importância contínua deste projeto é mais evidente do que nunca.
Determinar as consequências ecológicas do desmatamento e da fragmentação das florestas tropicais sobre a fauna, flora e nas interações e processos ecossistêmicos na Amazônia.
Treinar futuros profissionais para atuar em diversos campos de conhecimento relacionados ou não com fragmentação florestal.
Transferir a informação gerada a diferentes setores da sociedade para favorecer a conservação e o uso racional dos recursos florestais.
Sua doação ajudará na formação de jovens cientistas, na manutenção de nossas bases de pesquisa e financiar pesquisas sobre biodiversidade, ecologia e conservação florestal na Amazônia.
A fragmentação da floresta resulta em uma perda substancial de biomassa principalmente em função da elevada mortalidade de árvores.
Árvores grandes são especialmente vulneráveis a fragmentação.
A perda elevada de biomassa decorrente da alta mortalidade de árvores, não é compensada pelo aumento do crescimento de lianas e árvores pequenas. Esta perda pode ser uma fonte significativa de emissão de gases do efeito estufa.
A fragmentação florestal leva a uma mudança substancial na composição florística, com espécies pioneiras se tornando mais abundantes, enquanto espécies típicas de floresta madura tendem a desaparecer.
Uma mudança na distribuição de recursos alimentares (frutos e insetos) ocorre em direção da copa para o sub-bosque.
Os efeitos de borda alteram os ambientes bióticos e abióticos. A mortalidade de árvores é sete vezes maior nos primeiros 60m da borda, o microlima se torna mais seco e quente, a composição de espécies das comunidades de invertebrados de liteira, besouros, borboletas, aves, pequenos mamíferos e morcegos muda consideravelmente.
As respostas da fauna à fragmentação são variáveis: a riqueza de espécies de aves, primatas, morcegos e vários grupos de insetos diminui, enquanto que a de pequenos mamíferos, anfíbios e borboletas aumenta após o isolamento da floresta.
A composição de espécies da maioria dos grupos de animais estudados se alterou em resposta à fragmentação.
O isolamento também traz efeitos de segunda ordem, ao afetar processos ecológicos como a decomposição, a polinização e a dispersão de sementes.
Foi demonstrado que a Teoria da Biogeografia de Ilhas não se aplica para o planejamento de reservas para o grupo dos anfíbios.
Os efeitos da borda podem ocorrer em escalas espaciais muito maiores do que se pensava.
Os ambientes de borda na Amazônia são altamente dinâmicos e tendem a penetrar no interior dos fragmentos.
O tipo de vegetação adjacente ao fragmento tem um efeito substancial na taxa de mortalidade nos fragmentos.
Para aves, sapos e pequenos mamíferos a probabilidade de persistência de uma determinada espécie nos fragmentos depende positivamente da abundância da espécie na matriz.
A recolonização dos fragmentos por aves e primatas parece estar associada ao tipo de vegetação secundária circundante.
As secas decorrentes dos eventos do El Nino têm um importante efeito na mortalidade de árvores, especialmente em floresta fragmentadas.
Em florestas de terra firme, a fertilidade dos solos tem um efeito importante sobre a biomassa de árvores e lianas.
Os valores de biomassa na floresta Amazônica central parecem maiores do que estimava-se anteriormente.
Árvores milenares são muito raras nas florestas Amazônicas.
A história de uso da terra tem impacto significativo sobre a recuperação da floresta após o desmatamento.
Diferentes tipos de uso da terra determinam diferenças substanciais na composição florística de espécies dominantes do dossel e da comunidade de plantas do sub-bosque.
Florestas secundárias são um significativo sumidouro de carbono, e em 10 anos após o desmatamento podem acumular de 90-120 toneladas de biomassa seca /ha.
Os herbívoros tem um impacto negativo sobre a regeneração de áreas degradadas.
A área de estudo do PDBFF compreende a Unidade de Conservação Federal, Área de Relevante Interesse Ecológico Projeto Dinâmica de Fragmentos Florestais (ARIE PDBFF), situada a aproximadamente 80 km ao norte do perímetro urbano de Manaus, capital do estado do Amazonas. A ARIE é composta por 23 polígonos florestais, sendo 4 pertencentes ao município de Manaus e 19 ao município de Rio Preto da Eva, estado do Amazonas.
Manaus está na margem esquerda do rio Negro, na confluência com o rio Solimões, formando o rio Amazonas. Rio Preto da Eva é parte da região metropolitana de Manaus, também faz parte do contexto.
A área do projeto está dentro do Distrito Agropecuário da Suframa – DAS, sob administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA). Os polígonos florestais estão distribuídos em três fazendas: Dimona (4 polígonos), Porto Alegre (4 polígonos) e Esteio (15 polígonos).
O acesso à área é exclusivamente terrestre, via BR-174 (Manaus/AM a Boa Vista/RR) e AM-010 (Manaus/AM a Itacoatiara/AM), com ramais (estradas vicinais) conectando às fazendas. Os ramais podem apresentar dificuldades devido à falta de pavimentação e manutenção precária, especialmente após períodos chuvosos e o deslocamento até as áreas é feito por veículos tracionados.
Estamos localizados no campus II do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), que está situsdo ao lado do campus principal (região Aleixo). Como ponto de referência, há a rotatória, conhecida também como Bola do Coroado.
A entrada do campus principal e do campus II estão na Av. Bem-Te-Vi, quase uma em frente da outra, a menos de 50 m da Av. André Araújo. A Av. Bem-Te-Vi dá também acesso ao Bosque da Ciência (INPA) e do bairro Petrópolis (veja mapa e imagem de satélite abaixo).
O prédio PDBFF é o de número 129 e fica cerca de 50 m à esquerda da portaria do campus II. O prédio abriga salas da administração, logística, escritórios de funcionários, pesquisadores e alunos e ainda locais de triagem e de abrigo de algumas coleções de referência.
O PDBFF teve origem em meio ao debate científico sobre a Teoria da Biogeografia de Ilhas nos anos 1970. Criado em 1979 como “Tamanho Mínimo Crítico de Ecossistemas”, evoluiu para o Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF) em 1988.
Aproveitando essa discussão acadêmica, Thomas Lovejoy, através do WWF (Fundo Mundial para a Natureza), associado ao INPA e à SUFRAMA, planejaram um experimento que pudesse determinar o tamanho mínimo que uma área de floresta precisaria ter para manter e representar a biodiversidade da floresta. Com isso planejaram a manutenção de fragmentos florestais dentro de três grandes fazendas de gado que seriam criadas na área.
As reservas, estabelecidas entre 1979 e 1984, permitem estudos comparativos sobre os efeitos da fragmentação na biodiversidade amazônica. Uma vez que antes de isolar os fragmentos de floresta foram realizados levantamentos de alguns grupos biológicos, como árvores e aves, por exemplo. Esses inventários pré-isolamento garante o real entendimento das mudanças causadas pelo efeito da fragmentação da floresta e confere ao PDBFF pioneirismo e importância mundial na compreensão de paisagens fragmentadas da região.
Há mais de 40 anos estudamos os impactos causados pelo processo de fragmentação da floresta Amazônica sobre uma grande diversidade de espécies. O PDBFF tem o compromisso de contribuir com a conservação da Amazônia a partir do desenvolvimento da ciência na região.
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